Grandes montadoras de automóveis instaladas no país se voltaram contra os fabricantes independentes para proibir tanto a fabricação quanto a venda de peças de reposição em locais que não sejam concessionárias e autorizadas. Isso nada mais é do que uma tentativa de monopólio no mercado de reposição de autopeças, o que prejudica em especial o consumidor ao restringir a variedade e o direito de escolha entre peças de diferentes preços.
“O mercado de reposição de autopeças independente existe no país há mais de 50 anos e sua preservação é fundamental para que o consumidor não perca seu direito de escolha e fique refém de um mercado que, atualmente, já pratica preços bem superiores em comparação aos do mercado de reposição independente de autopeças”, explica Roberto Monteiro, diretor executivo da ANFAPE - Associação Nacional dos Fabricantes de Autopeças, entidade que foi criada com o intuito de reverter essa ação das montadoras Fiat, Ford e Volkswagen.
Ao contrário do que ocorre na livre concorrência, o monopolista pode determinar o preço de seu produto sem a interferência de outros vendedores, fixando preços que mais lhes convier, causando evidente dano aos interesses dos consumidores. Se as montadoras prosperarem com suas estratégias de monopolização, a conseqüência será não somente a escravização do mercado consumidor, mas também um grave nível de desemprego decorrente do fechamento das fábricas independentes, acabando por refletir, ao final, no bolso dos quase 30 milhões de proprietários de automóveis.